A INFLUÊNCIA DOS FERIADOS
NA VIDA DA IGREJA
Quando era pequeno não lá em Barbacena, mas em Ponta Grossa e Londrina onde passei grande parte de minha infância e adolescência aguardava com grande expectativa a chegada de um feriado, de preferência os que eram na sexta-feira ou terça-feira, que possibilitavam mais dias curtindo. Também não importava para mim, seu motivo e sentido. Pois era no feriado que poderia jogar mais futebol, vídeo-game, dormir até mais tarde, visitar os parentes, curtir os amigos, coisas salutares e partes da existência de qualquer garoto de minha idade.
Não sou contra os feriados, creio que os mesmos sejam necessários, principalmente nessa vida pós-moderna, corrida, desenfreada, em que as pessoas arrumam tempo apenas para morrer. Sei que economicamente os mesmos têm sua função e suprem a necessidades financeiras, principalmente nos locais turísticos de nosso país, que graças a Deus são muitos.
Porém tenho percebido que assim como a Lua exerce influência sobre os mares de nosso planeta, os feriados exercem grande influência sobre a vida da igreja, digo os membros. Apenas uma observação. Penso que não é função pastoral dizer o que as pessoas devem fazer de seus feriados, mas é dever conduzir as pessoas a refletirem em como o tempo que Deus nos confiou está sendo administrado.
E creio que esta situação, desconsiderando neste instante análises profundas de história e sociologia, é um problema desta década. Pois em tempos passados, penso que pelo menos no caso do Brasil, os feriados não exerciam tanto poder sobre os membros das igrejas evangélicas, pois durante muitos anos o povo, de modo geral, sempre viveu uma vida econômica limitada e atrelada apenas à subsistência.
Porém, hoje, com o advento da estabilidade econômica, controle da inflação e acesso ao crédito e do aumento do poder de compra, o povo brasileiro de modo geral, pelo menos nesta década, tem tido a experiência de viajar de avião, carro, ônibus e aproveitar feriado para descansar na praia, rancho, clube, enfim, coisas que são dignas e merecedoras por quem as conquista.
O que temos lido da situação apresentada acima é que os feriados influenciam nas freqüências dos cultos, da realização de eventos e até mesmo de contribuições dos crentes em suas ofertas. Mas por quê?
A resposta é simples e direta. Os cristãos do século 21 estão colocando a Igreja no mesmo pé de igualdade que escola, faculdade e trabalho. A Igreja não é vista, salvo exceção de algumas comunidades cristãs e indivíduos cristãos, como a prioridade da vida, mas sim como mais uma atividade, ou apenas como uma atividade religiosa, que pode ser substituída por outra qualquer. Apenas um pequeno exemplo. Enquanto as pessoas de outras religiões dedicam-se de corpo e alma ao dia sagrado de sua fé, os cristãos na páscoa, que em nossa humilde opinião é a data magna do cristianismo aproveitam para passear e curtir a vida. No dia que todos deveriam estar nas Igrejas, ouvindo e refletindo a morte e ressurreição do salvador, percebemos a desvalorização da importância da Igreja na vida dos crentes.
Hoje as pessoas freqüentam a Igreja se der, se estiverem afim, se não houver nenhum outro compromisso e se não estiverem muito cansadas. Se estiverem com problemas, não freqüentam mesmo. Há casos de cristãos que chegam ao cúmulo de tirar férias da vida da Igreja por um período de tempo, que se fosse na vida profissional a pessoa seria demitida ou na escola e faculdade, repetiria de ano escolar.
Precisamos nos lembrar do salmista que sempre dizia: Alegrei-me quando me disseram, vamos a Casa do Senhor. Pr. Gilbean Ferraz
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